sexta-feira, 13 de abril de 2012

Eu como mãe...


Esses últimos dias tem sido bastante difíceis e tristes.

Cheguei à conclusão que não sei ser mãe, ao menos é isso o que me parece.

Quando engravidei da Isabella foi muito difícil, pela idade, pela situação financeira, pela situação que minha mãe se encontrava cuidando dos meus avós que se encontravam doentes e acamados e dependiam dela para tudo.
Então assumi a minha gravidez casei e sai de casa, e hoje sei que foi a decisão mais acertada. Foi muito difícil cuidar de uma criança sendo uma adolescente de 16 anos, fui muito cobrada sem nem ser ensinada sobre o que fazer, mas tomei a tarefa e consegui, muitas vezes pensava no que minhas colegas estavam fazendo, e ficava imaginando se estavam saindo, curtindo, discutindo sobre vestibular que profissão escolher... E eu desanimava, ficava abatida, mas olhava para a Isabella e pensava - quem se colocou  nessa situação fui eu, então tenho que fazer direito –  E fiz.
A Isabella sempre foi e até hoje é uma menina pacata, serena e carinhosa, e por esses motivos sempre foi fácil de lidar com ela. Ela dá e aceita amor.

Quando descobri que estava grávida do Eduardo fui a êxtase, não foi uma gravidez planejada, mas já haviam se passado 06 anos e as coisas estavam diferentes, situação financeira bem melhor, eu mais amadurecida.
Ai é que tudo começou a complicar, a minha gravidez foi muito difícil, tive alguns problemas como descolamento de placenta, sentia muitas dores desde os primeiros meses, um começo de depressão onde não aceitava ajuda de ninguém, muito menos do Márcio, e o final da gravidez foi mais difícil ainda, o Du havia saído da posição de encaixe e virou prendendo a cabeça nas minhas costelas, eu sentia muito enjôo, muitas dores, tinha muita dificuldade para respirar... Para ver que esse menino me dá trabalho desde cedo.  O Eduardo sempre foi uma criança com muita personalidade, independente desde cedo, uma criança que não aceita o carinho que eu dou, somente quando e na hora que ele quer, o que me deixa mais triste é que eu não sei lidar com o Eduardo, e por mais que eu o ame tanto não o mimo ao extremo, em casa tem regras e devem ser cumpridas, quando é não é não e sem argumentação ou reclamação, mas a palavra não vindo da minha boca ele não aceita, ele se revolta contra mim, o olhar que ele me lança é assustador e o espaço entre nós está virando um abismo, não sei como falar com ele, abraços, beijos e palavras de amor todos os dias ele as tem, contra sua vontade mas mesmo assim tem. É muito triste, mas não estou sabendo como lidar com uma criança de 07 anos. Hoje estou escrevendo isso porque foi uma manhã muito triste, ele acordou de bom humor, afinal foi o pai quem acordou ele e não eu, mas quando o pai saiu para trabalhar ele se transformou, ficou aborrecido, de mal humor, resmungando e eu conversava e conversava e ele grosseiro – Perdi a paciência como venho fazendo a algum tempo, briguei, gritei e chorei, deixei que ele se vestisse sozinho, não o ajudei a se arrumar e disse que se ele não gostava de mim que se virasse sozinho. Surtei com uma criança de 07 anos e estou me sentindo acabada.  


segunda-feira, 2 de abril de 2012

Quarto

Jack só conhece o Quarto. Foi onde nasceu e onde vive com sua Mãe desde sempre. Lá ele possui um universo infinito de histórias, brincadeiras e aprendizado. Jack aprendeu a ver o Quarto como um lar. Porém para sua Mãe (sempre referida com letra maiúscula por Jack) o Quarto é o terrível cativeiro onde o Velho Nick a mantém presa há sete anos.
Desde o nascimento de Jack, a Mãe se esforça com muita criatividade e amor, para fornecer ao menino uma vida dentro do pequeno espaço. Porém ela sabe que isso não é o suficiente.Logo as indagações de Jack começam a preocupá-la e ela sabe que não há maneira de manter a situação, de modo que bola um plano de fuga no qual contará principalmente com a coragem de seu pequeno filho.Mas será que Jack e a Mãe estão realmente preparados para saírem do Quarto?Quarto  foi escrito pela canadense  Emma Donoghue. Escritora de ficção contemporânea e histórica, Quarto é seu livro mais recente e o mais premiado, sendo considerado o livro do ano em vários meios de comunicação.
A experiência a que somos apresentados na obra, é sem igual. É incrível a forma como uma situação tão terrível nos é apresentada de forma tão doce e ingênua.O grande trunfo do livro com certeza é a narração do pequeno Jack. Repleto de esperança e inocência, o garoto nos apresenta inicialmente o seu mundo, antes que a Mãe comece a desfazê-lo, e ele tenha que começar a entender. 

Resenha daqui:  http://www.sobrelivros.com.br/resenha-quarto-emma-donoghue/


Lu Brasil, havia falado desse livro algum tempo atrás e eu fiquei muito curiosa, li o livro e me surpreendi. A narrativa é feita por Jack, um menino de 05 anos que tem no Quarto o seu mundo inteiro, em algumas partes me senti triste e pensei em quantas Mães não estão passando por isso no momento. Elizabeth Fritzl, Jayce Dugard, Natasha Kampush.... 

Não é necessário dizer muita mais além disso, Quarto é um livro maravilhoso, prende e emociona do começo ao fim, o que torna a leitura prazerosa mas aterrorizante.

Excelente leitura, recomendo!